27 setembro 2006

Pequenos Nadas

Coisas que observo e comprovam que "educação" é uma questão de cidadania.

"Marcar" mesas em restaurantes de fast food durante eternidades enquanto uma série de pessoas estão de pé de tabuleiro na mão.

Nos mesmos restaurantes deixar displicentemente todos os restos da refeição em cima da mesa.

Não gosto.

26 setembro 2006

Nacionalizem as Suecas

Este era um dos graffitis que os Anarcas escreviam nos anos 70. Era o extremismo inconformado que tentava proclamar a libertação sexual e ao mesmo tempo um Socialismo libertador.
Estamos no séc. XXI e já não temos estes gritos panfletarios mas os problemas de fundo em Portugal mantêm-se. Temos um crónico problema de distribuição de riqueza e uma educação ainda vacilante entre a Suécia libertária e os EUA no seu lado mais púdico e conservador.
Tudo isto a propósito de duas noticias tão díspares no contexto quanto na abragencia.
Por um lado a reabertura da discussão do aborto, visto o governo ter a intenção de referendar o assunto novamente. Já prevejo os animos a exaltarem-se entre a sua defesa e a sua contestação. Fico sempre surpreso quando se proíbe o aborto por referendo e se aplaude em tribunal a despenalização das mulheres que o praticam.
Por outro o facto de ter ouvido na rádio a venda de 49% da Companhia das Àguas da Covilhã. Estava em linha um "popular" a reclamar da perda "pública" deste serviço e das mudanças previsíveis que os novos proprietarios iriam exigir para rentabilizar a Companhia. Votam na liberalização da Economia num contexto abstracto mas clamam das vantagens do protecionismo Estatal quando percebem o alcance que o mesmo pode ter.
Vamos tomar posições, ou queremos ser Suecos ou queremos ser pela tradição nacional ou seja, nao decidir nada mas reclamar de tudo.

18 setembro 2006

Começaram as aulas

Recomeçaram as aulas e recomeçam as polémicas sobre o sistema de ensino. Neste momento e assim de repente temos o problema da colocação dos professores, dos manuais escolares e do encerramento de escolas.
A colocação dos professores sempre foi e será uma fonte de descontentamento. Se é por um período de um ano não dá estabilidade ao sistema de ensino nem á escola. Concordo que não deve ser bom andar de casa ás costas em cada ano que passa, se existe familia então deve ser terrível. O Ministério adopta um período de três anos e mesmo assim há quem reclame.
Temos a polémica dos manuais escolares, que devem vigorar por um período de seis anos e já saem desactualizados devido ás novidades cientificas. Penso que aqui cabe ao professor actualizar essa informação. Bem sei que deve ser uma mina de ouro para as editoras a mudança constante dos conteudos. Deve ser das poucas edições em Portugal que têm as vendas asseguradas.
Finalmente o encerramento das escolas. Bem sei que mais uma vez é o critério economicista que prevalece mas fico estupefacto quando há verdadeiras manifs de pais porque os seus rebentos têm que se deslocar quatro quilometros das suas terras para a nova escola.
Bem sei que a educação é um direito, que tem sido uma das nossas maiores lacunas como Democracia, mas mais que a proximidade devemos lutar pela qualidade do ensino e pela sua "utilidade". Não vi ainda nenhuma manif onde os pais reclamem da boa qualidade prestada pela escola a encerrar, estão todos a protestar contras as distancias e os "incomodos". Criamos uma geração onde se fica com a noção que o direito á educação é ter onde deixar os filhos durante parte do dia e para tal convem que seja perto e cómodo. Esta sujeição da comodidade em detrimento da análise da qualidade é que me fere.
A ministra pode ter imensas lacunas e ser prepotente, mas nestes casos tenho que concordar com ela.

05 setembro 2006

Concertos que me marcaram

Na sequência do meu último post estive a rever mentalmente os concertos que até hoje mais me marcaram.

Tentei fazer uma lista tão expontânea quanto possível. Ficaram estes.

Clash, no dramático de Cascais, só o ambiente que rodeou o concerto já era especial, era uma banda de culto.

Lulu Santos, no Morro da Urca, a entrada e a música ainda hoje me marca, entre um rock tropical e uma bossa nova surfista.

Rita Lee, no Maracãnanzinho, muito rock, muita felicidade, muito calor humano, muito especial.

Simple Minds, Estádio de Alvalade, não me lembro da música mas o ambiente estava muito bom.

Bem sei que não são muito eruditos nem sequer muito originais, podia ser pretencioso e dizer outros concertos mas não seria uma lista expontanea como pretendido.

04 setembro 2006

Música do "nosso tempo"

Hoje ao almoço tive mais uma daquelas conversas hilariantes sobre música. Conversas sobre música são sempre desconcertantes porque é um assunto tão pessoal que não existe uma verdade absoluta e não existe uma música do "meu tempo".
Porquê os Pink Floyd serão do meu tempo e os Pearl Jam não? Ainda estou vivo, ainda não estou surdo, ainda tenho opinião! Sempre que me começam a explicar que a "música actual" é diferente, ou isto ou aquilo, tenho a horrível sensação que me estão a passar uma certidão de óbito.
Quando me perguntaram qual era a música do meu tempo tive a tentação de dizer que era o Fungagá, mas nem isso seria verdade. Na minha juventude existiam bandas rock que ainda tocam hoje em dia e nem todos ficávamos confinados à música dos Abba ou à banda sonora do Vickie. Não tenho nem tinha a pretensão de ser um entendido mas devia ouvir o mesmo que hoje se ouve numa qualquer rádio comercial, numa versão menos hip-hop, talvez com as cantoras mais vestidas, menos explícitas. A provocação foi sempre uma constante, o padrão é que terá mudado.
A outra tentação é generalizar e explicar que gostavamos da banda X ou Y quando eles eram "originais" e ainda não eram comerciais. Tanto quanto eu saiba as bandas tal como as pessoas de que são feitas têm alterações de gosto e mesmo o gosto das "massas" se vai adaptando e interiorizando às novidades.
Porquê se é tentado a ficar preso a "estilos" ou a épocas por causa da idade? Não é que me considere um tipo muito actualizado ou um ganda maluco por música, mas caramba, ainda tenho espírito crítico. Claro que com o tempo alterei os meus gostos, ainda não consigo ver onde está a qualidade do Tony Carreira mas isso deve ser um problema meu, mas não tenho que por isso passar só a gostar dos dinossauros do tempo da minha adolescência.
Depois de muito pensar nem me lembro da música da minha adolescência mas seguindo certos raciocinios ainda deviamos estar todos a ouvir as músicas do Barata Moura ou outras da mesma altura.
Vou tentar relembrar-me de quais as músicas de que gostava.
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