Hoje ao almoço tive mais uma daquelas conversas hilariantes sobre música. Conversas sobre música são sempre desconcertantes porque é um assunto tão pessoal que não existe uma verdade absoluta e não existe uma música do "meu tempo".
Porquê os Pink Floyd serão do meu tempo e os Pearl Jam não? Ainda estou vivo, ainda não estou surdo, ainda tenho opinião! Sempre que me começam a explicar que a "música actual" é diferente, ou isto ou aquilo, tenho a horrível sensação que me estão a passar uma certidão de óbito.
Quando me perguntaram qual era a música do meu tempo tive a tentação de dizer que era o Fungagá, mas nem isso seria verdade. Na minha juventude existiam bandas rock que ainda tocam hoje em dia e nem todos ficávamos confinados à música dos Abba ou à banda sonora do Vickie. Não tenho nem tinha a pretensão de ser um entendido mas devia ouvir o mesmo que hoje se ouve numa qualquer rádio comercial, numa versão menos hip-hop, talvez com as cantoras mais vestidas, menos explícitas. A provocação foi sempre uma constante, o padrão é que terá mudado.
A outra tentação é generalizar e explicar que gostavamos da banda X ou Y quando eles eram "originais" e ainda não eram comerciais. Tanto quanto eu saiba as bandas tal como as pessoas de que são feitas têm alterações de gosto e mesmo o gosto das "massas" se vai adaptando e interiorizando às novidades.
Porquê se é tentado a ficar preso a "estilos" ou a épocas por causa da idade? Não é que me considere um tipo muito actualizado ou um ganda maluco por música, mas caramba, ainda tenho espírito crítico. Claro que com o tempo alterei os meus gostos, ainda não consigo ver onde está a qualidade do Tony Carreira mas isso deve ser um problema meu, mas não tenho que por isso passar só a gostar dos dinossauros do tempo da minha adolescência.
Depois de muito pensar nem me lembro da música da minha adolescência mas seguindo certos raciocinios ainda deviamos estar todos a ouvir as músicas do Barata Moura ou outras da mesma altura.
Vou tentar relembrar-me de quais as músicas de que gostava.