27 março 2007

Assuntos que me atormentam

Tenho andado para aqui a ruminar assuntos que me atormentam.

O verniz quebrou no CDS/PP, aquilo parece mesmo um daqueles partidos de "arruaceiros revolucionários". A Zézinha bate com a porta, o Beirão afinal não deu uns carolos na dita porque não bate em mulheres. O PP afinal estava só num retiro sabático e decidiu fazer uma feira dentro do Partido.

A OTA afinal é somente um elefante branco ou é um Elefante Branco melhorado? Como em qualquer mega-projecto Português que se preze faz-se sempre a pergunta, quem vai ganhar ?
Dizem as más linguas que existe uma Fundação que só por acaso é proprietária do terrreno.

Da eleição do melhor português saiu o reflexo do que somos. Um país com memória curta que se revê num senhor puritano e moralista que fechou a oportunidade de Portugal entrar de uma forma decisiva no relançamento da Europa depois da II Guerra Mundial. Um senhor que não soube sair das colónias na altura certa tal, como fizeram Inglaterra e demais países, insistindo numa Guerra Colonial.

Enfim, só coisas que nos deixam mais últimos.

04 março 2007

Rankings e Votações

Temos assistido nos últimos meses a uma febre eleitoral interessante. Primeiro votou-se, quem o fez, para o aborto. Foi um referendo, na realidade não foi uma eleição porque não se escolheu ninguém mas pôs em movimento imensos movimentos "civicos". Adoro esta expressão, parece que somos uma sociedade mobilizada e interventora. Pela abstenção verificamos que afinal só menos de metade da população se dá ao trabalho de se mexer até uma mesa de voto.
Muito mais interessante, a avaliar pela polémica gerada é a eleição lançada num concurso da RTP. A eleição do "Melhor Português". Aí mostramos a nossa raça, participação maciça numa das eleições mais absurdas e inúteis que me lembro.
Porquê esta minha opinião?
1º Eleger esta personalidade implicava conhecer a história do país profundamente coisa que não acredito, sinceramente.
2º Esta eleição é profundamente estéril só podendo ser encarada como um fenómeno lúdico dada a sua intrínseca inutilidade.
3º As personagens escolhidas foram previamente"encomendadas" por forma a colocar campos ideológicos em confronto. Só assim se entende a escolha de Alvaro Cunhal e Salazar, sendo que para a maioria dos Portugueses eles refletem ideologias e não exemplos a seguir. Não creio que ninguém no situação actual se reveja em nenhum dos dois.
4º As biografias que têm servido de apoio a cada uma das personagens são pouco rigorosas em termos históricos e muitíssimo contestadas por quem percebe do assunto. Veja-se o artigo subscrito por José Mattoso no "Express" de 3 de Março.
5º Estamos a transformar um programa lúdico num produto pretensamente "cultural".
Na minha opinião com esta "cultura" de prime time nivelamos por baixo os nossos conhecimentos e expomos o que realmente somos como sociedade. Não interessa ser profundo nem conhecedor, interessa é poder botar opinião, se possível massificá-la e transmitida pela televisão.
O Sr. Jardim usa essa mesma filosofia e actuou em conformidade, muito show off para no final ser reeleito com o mesmo orçamento e prolongando o seu mandato até aos limites da legalidade.
È disto que o Povo gosta !!!!!
eXTReMe Tracker