23 fevereiro 2007

Traz um amigo tambem

Hoje é um dia triste, morreu há vinte anos um dos ícones da Resistência e da cultura Portuguesa.
Não consigo ouvir as suas músicas sem relembrar as viagens que fazia com amigos num Mini a cantar "clandestinamente" a Grandola ou o Maio maduro Maio.
As músicas são sóbrias, mas com aquela capacidade de ficarem dentro de nós. As letras são simplesmente geniais. Não é preciso uma grande voz para as trautear o que as torna ainda maiores mas o seu significado é superior, pois reflete a realidade de um Portugal que durou quarenta e oito anos.
Felizmente existem seres de excepção que mesmo em situações difíceis nos fazem acreditar que nem tudo é negro.

Obrigado Zeca.

01 fevereiro 2007

O Grande Desafio

Temos neste momento o grande desafio pós 25 de Abril entre mãos. Pela primeira vez temos o desafio Igreja Católica versus Consciência Colectiva, falo do aborto. Como já ouvi muitas vezes no 25 de Abril haviam dois partidos à data, o PCP e a Igreja Catolica.
Na realidade o que se trava aqui é muito mais do que uma hipotética luta entre a questão da vida ou morte de um feto. A própria questão da vida ou morte é questionável uma vez que nem os cientistas/médicos são unanimes na sua concepção de quando começa a vida. A questão aqui é a verificação na prática da capacidade de mobilização da instituição Igreja Católica e da sua capacidade interventora numa questão de "consciência social". Muito mais relevante do que a questão da vida e morte de um feto/ser humano é a questão da medição do grau de importancia que a Igreja ainda terá.
Tanto os argumentos do "sim" e do "não" me parecem débeis.
Comparar o aborto ao enforcamento do Sadam é no minimo de uma infantilidade de mau gosto. Preocupar-nos com o custo que teremos que assumir no Serviço Nacional de Saúde com a legalização do aborto leva-me a questionar o que teremos que pensar nos Cancros dos fumadores ou o que faremos com os custos de tratamento de ataques cardiacos depois de lautos repastos ou brilhantes vitórias da Seleção Nacional.
Alegar que se deve promover o "sim" porque outros países já antes o fizeram também não me parece grande argumentação.
Como vejo na Comunicação Social a elevação da argumentação anda pelas caves da amargura. Proponho então que nos concentremos numa questão para mentes simples. Se o que distingue o homem dos outros seres é a sua capacidade de livre arbítrio vamos usar essa faculdade e deixar que cada um use o seu quando decidir ter um aborto sem fazer pré-julgamentos das suas razões.
È uma questão de liberdade de escolha. Maio de 68 adequa-se perfeitamente,
"È proibido proibir".
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