08 julho 2006

A vida secreta das palavras


















Há filmes assim. Não precisam de palavras para nos revelar a sua mensagem. È a imensa capacidade da imagem aliada a uma realização com o timing certo e uma realidade que suplanta a mais perversa imaginação.
È o retrato de uma guerra que existiu, não nos confins de uma África longínqua nem de um Médio Oriente em eterno conflito. Foi aqui, na Europa, centro da democracia moderna, bem perto do seu berço. Foi há dez anos e parece que nos esquecemos, que nem demos pela sua enorme crueldade onde se relembraram todas as práticas mais atrozes de séculos de natureza humana.
Foi uma guerra entre iguais, onde a única diferença foi uma pequena divergência bíblica que dá origem a duas Religiões. Ou será que foi antes uma guerra entre o poder de máfias institucionais com a rédea solta depois da queda de um ditador ?
Foi uma guerra tão cruel que quem sobreviveu se envergonha de o ter feito, onde a única forma de a suplantar é morrer em vida como forma de preservar a memória dos mortos.
Porque é preciso que cada guerra e genocídio seja relembrado para que não se repitam.

6 Comments:

Blogger Nevrótica Aluada said...

Tenho uma grande expectativa em relação ao filme, pela temática abordada, mensagem, pelo trabalho de Sarah Polley e da realizadora. Amanhã já o vejo… Películas cinematográficas com qualidade e “oxigenantes” no Verão não é costume. Excelente sugestão! Thanks.

Notáveis posts e feliz escolha o nome do blog, adorei. Passo a visitar. Bona fortuna…

9:41 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Não vi ainda o filme, mas também tenho muita curiosidade. Sei que ganhou os prémios Goya...

A ver se não o perco...

MW

1:23 da tarde  
Blogger Teresa Durães said...

...

para quem não vai muito ao cinema dado o seu imenso tempo... que raio de guerra estão a falar???

(perplexa....)

2:35 da tarde  
Blogger Out of Time said...

Teresa,
Pensei este post como apetizer para uma ida ao cinema.
A guerra é na ex-Jugoslavia e vale a pena perder/ganhar um tempinho para o ver. Tem uma poesia subjacente que lhe deve agradar.

4:41 da tarde  
Blogger 125_azul said...

Que crítica magnífica! Imperdível, acredito. Vou ver, depois volto para comentar. beijinhos

9:58 da tarde  
Blogger Teresa Durães said...

out of time: toda a razão... não fosse a falta de tempo. Se o roubar verei o filme de certo!

4:42 da tarde  

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