02 dezembro 2006

Espírito Natalício


Hoje tive o meu primeiro banho de Natal. Bem na realidade não foi bem um banho de Natal mas um banho de multidão que antecede qualquer loja de brinquedos no Natal. Não me consigo concentrar nestas alturas.
Tudo o que devia ser um prazer na descoberta da melhor forma de fazer alguém feliz se converte numa mais ou menos longa lista de compras a fazer. Tenho a sensação que anda tudo de listas de mercearia para aviar no supermercado. Na tentativa insane de "facilitar" a vida de cada um de nós todas as revistas elaboram listas de coisas a comprar, algumas por género, masculino feminino e outras com uma grelha de prendas e preços. Repentinamente temos que catalogar os nossos presenteáveis dentro de uma grelha de opções, "qualidade" do amigo versus custo a gastar com a oferta. Temos não só que adquirir um presente como ainda fazer uma relação hierárquica das nossas relações natalícias. Não podemos comprar uma coisa mais cara para o pai do que para a mãe, não se pode gastar demasiado com os primos que só vemos no Natal porque depois os outros ficam "sentidos". Aliás estas coisas dos "sentidos" é uma daquelas caracteristicas portuguesas que poderei desenvolver num próximo post.
Nestes casos das prioridades existem duas perspectivas. Aquela em que tornamos o Natal na lista das nossas relações afectivas do ano agora findo ou a perspectiva burocrática onde se listam nomes numa folha de cálculo e se gasta metódicamente dinheiro em todas as linhas, leia-se parentes e amigos.
Hoje não consegui fazer nada de jeito, não consegui encontrar nada que "tenha a cara" de alguem ofertável mas tive um prazer enorme, ainda que levemente sádico, a observar a quantidade de "malucos" que já só pensam em compras.
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